Brasil pode ter cerveja mais barata por conta do Lúpulo? Entenda
Você já se perguntou por que a cerveja custa tanto, especialmente no Brasil? A resposta, em grande parte, está no lúpulo. Mas… boas notícias estão no horizonte: tecnologias inovadoras, incluindo o uso de bactérias e fungos, podem ajudar a baratear essa paixão nacional.
O lúpulo é conhecido como o “tempero” da cerveja, responsável por seu aroma e sabor característicos. Parece simples, mas… ele é o ingrediente mais caro no processo de fabricação. Para você ter uma ideia, o Brasil importa quase 5 mil toneladas de lúpulo por ano, gastando mais de R$ 450 milhões. E sabe o pior? Cada embalagem de 400 gramas pode custar até R$ 300!
E por que importamos tanto? A maioria do lúpulo vem de regiões frias do Hemisfério Norte, como Europa, América do Norte e Ásia, onde o cultivo está bem estabelecido. Por aqui, a produção local ainda engatinha e não consegue atender à enorme demanda do mercado cervejeiro. Mas… isso pode mudar em breve.
O que a ciência tem a dizer sobre isso?
Pesquisadores da Embrapa estão desenvolvendo uma solução que pode virar o jogo: o uso de bioinsumos, ou seja, bactérias e fungos que promovem o crescimento das plantas de lúpulo. Parece complicado, mas… é uma ideia genial!
Por exemplo, a bactéria Azospirillum já mostrou resultados impressionantes. Em testes, ela aumentou em 52% a biomassa da parte aérea do lúpulo. Traduzindo: plantas mais robustas, que crescem mais rápido e têm maior produtividade.
Além disso, esses microrganismos ajudam a criar mudas vigorosas em menos tempo de viveiro, o que significa ciclos de produção mais curtos e economias significativas para os agricultores. E, quem sabe, até uma cerveja mais barata para nós, consumidores.
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Onde essas pesquisas estão acontecendo?
Os estudos estão sendo realizados em locais estratégicos, como o Viveiro Ninkasi, em Teresópolis (RJ), o primeiro no Brasil reconhecido pelo Ministério da Agricultura para a produção de mudas de lúpulo. Além disso, o Centro de Recursos Biológicos Johanna Döbereiner, em Seropédica (RJ), está contribuindo com uma coleção valiosa de bactérias e fungos.
Os resultados ainda são preliminares, mas… as possibilidades são animadoras. Os pesquisadores já estão expandindo os testes para verificar como o lúpulo interage com outros microrganismos.
Produção de lúpulo no Brasil: um mercado em crescimento
Embora a produção de lúpulo no Brasil ainda seja pequena, ela está ganhando força em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e até no Rio Grande do Norte. A maioria das plantações tem menos de um hectare, mas… o objetivo é atender ao crescente mercado de microcervejarias, que busca ingredientes frescos e locais.
Além disso, o cultivo local de lúpulo tem vantagens ambientais e sensoriais. Como o lúpulo importado passa por um processo térmico de conservação (a peletização), ele perde um pouco do aroma e sabor frescos. Já o lúpulo produzido no Brasil pode ser colhido e usado rapidamente, oferecendo uma qualidade superior às cervejas artesanais.
Como isso impacta o preço da cerveja?
Com uma produção local mais eficiente e sustentável, os custos de transporte e importação seriam reduzidos. Mas… não é só isso. A adoção de bioinsumos pode diminuir a necessidade de fertilizantes químicos, tornando o cultivo mais barato e acessível.
Além disso, com uma cadeia de suprimentos mais curta e menos dependente do mercado externo, o Brasil pode estabilizar os preços do lúpulo, evitando os altos custos causados pela variação cambial.
A ciência no copo de cada brasileiro
No final das contas, a tecnologia e a ciência podem ajudar a democratizar ainda mais o acesso à cerveja. Mas… mais do que isso, esses avanços colocam o Brasil em um caminho sustentável, valorizando a produção local e estimulando o mercado cervejeiro.
Então, da próxima vez que você abrir uma cerveja, lembre-se: o sabor e o preço dela podem estar ligados a um pequeno fungo ou bactéria trabalhando duro em uma plantação de lúpulo brasileira. E, quem sabe, brindemos juntos a uma cerveja mais barata e nacional em um futuro não tão distante. Cheers!